
A gente se veste, investe
e despe....
Depois a gente esquece....
Não conseguir fugir da realidade significa um excesso de lucidez ou extrema loucura? A resposta confirmaria minha tese poética-lunática, de que não só o excesso de lucidez leva a loucura como o excesso de loucura leva a lucidez.
Se minha realidade é na verdade uma ilusão, quando tento fugir dela, tento alcançar a realidade? Ou migro de ilusões em ilusões? Se as realidades são múltiplas a tentativa de alcançar a realidade única em que todos se enquadram seria uma farsa. Talvez todos vivam em suas respectivas ilusões, que criamos e recriamos. Se pertence a cada sujeito que a resolva viver, a realidade sim que é uma ilusão, a ilusão da ilusão. A ilusão é uma realidade. A realidade está fora ou dentro? do exterior ou do interior? O que faz pensar quantas realidades seriam possíveis. Infinitas. Nos casos que unem mais indivíduos, podemos denominar precisamente como o fenômeno do delírio coletivo.
Se produzimos a realidade ilusória, o que é loucura? Como são diversas as loucuras, digo, ilusões, realidades. A metafísica disso tudo é expressa pela loucura de Deus, o tal dançarino do qual falava Nietzsche, que nos criou a sua imagem e semelhança, como deuses de nossas próprias loucuras. Fato é que nelas podemos fazer o que quisermos dentro dos limites da loucura de Deus.
Dizem por ai, que o sóbrio é aquele que sabe distinguir a realidade da fantasia, mas o que dizer se somos máquinas de produzir de fantasias? Certamente jamais será possível olhar um homem despido de seu imaginário. Ilusões sobrepostas numa translucidez aguda. Perceber que está iludido não significa que nos livramos da ilusão se ela é real. As ilusões/realidades se desdobram uma fora da outra. Se trancafiamos alguns de nós dentro das salas estofadas, é porque os condenamos pelo abuso da criatividade.
O excesso de lucidez, faz perceber a ilusão real, que se exacerbada leva a loucura originária. A loucura alucinatória se levada a extremos nos leva a realidade ilusória, que é a realidade possível.
Você que eu digo sou eu. Porque quando falo comigo mesmo me chamo de você e não de eu. Você sou eu e eu sou outro, que é você. Ao tempo que falo de você, falo de mim. Se nós, eu e você, sabemos da verdade, certamente somos gênios. Genialidade desperdiçada, a falta de sentido faz desnecessária qualquer sabedoria, saber é apenas angústia. Se você, como eu, que somos o mesmo, não sabemos a grande verdade, e sentimos a angústia, ainda somos idiotas que sofrem acreditando numa mentira. Ou somos idiotas, porque fingimos saber a verdade apenas pela vaidade de ser vazio. Achar que a vida é vazia dá o sentido à vida, justifica o continuar parado, deixá-la escorrer pelos dedos. Assim eu, você ou o outro, podemos então continuar a ser frustrados sem culpar a você ou a mim e a culpa fica à falta de sentido da vida.
Eu e você fingimos o que?
O alho é utilizado desde a antiguidade como remédio, sendo usado no Antigo Egito na composição de vários medicamentos. Suas propriedades anti-microbianas e os seus efeitos benéficos para o coração e circulação sanguínea já eram valorizados na Idade Média. Possui um ótimo valor nutricional, possuindo vitaminas (A, B2, B6, C), aminoácidos, adenosina, sais minerais (ferro, silício, iodo) e enzimas e compostos biologicamente ativos, como a alicina. O alho costuma ser indicado como auxiliar no tratamento de hipertensão arterial leve, redução dos níveis de colesterol e prevenção das doenças ateroscleróticas. Também se atribui ao alho a capacidade de prevenir resfriados e outras doenças infecciosas, e de tratar infecções bacterianas e fungicas.
Lembrando ainda que o AlhôÔ é uma especiaria altamente alucinógena.
"Há um choro no mundo,
Como se o bom Deus tivesse morrido
E a plúmbea sombra, que se projeta ao fundo,
caído com peso tumular.
Vem, escondamo-nos juntos...
A vida está em todos os corações
Como em caixões.
Tu! Com intensidade nos beijemos -
No mundo palpita uma saudade,
Da qual morreremos."
[Else Lasker-Schüler, Fim do Mundo, 1905]